quarta-feira, 23 de julho de 2008

we're awesome, totally genius

O concerto da Aula Magna em Maio passado deixou um sentimento de dever cumprido. A expectativa fora amplamente superada e com direito a subida aos cadeirões para um Mr. November extasiado. Apesar do som, por momentos estridente, a entrega dos The National foi irrepreensível. Após uma passagem (algo despercebida?) pelo passeio marítimo de Algés, regressariam a Guimarães, integrados no festival Manta. No Centro Cultural Vila Flor, bem no centro da cidade do famoso filho que aplicou uma valente tareia à mãe, a noite quente acolheu os norte-americanos e o muito público que acorreu aos jardins de um espaço perfeito para duas horas de grande música. O recinto, com ares de piquenique, juntou muita rapaziada das redondezas, bem como famílias inteiras, os mais novos, certos do que estavam lá a fazer e os progenitores, certos do que a prole estaria a fazer durante aquelas horas. O alinhamento foi semelhante ao de Lisboa (confesso que não dei por alterações) e o ambiente, por ser mais familiar e ao ar livre, assentou na perfeição ao universo de veludo dos The National.


The Daughters Of The SoHo Riots em Guimarães, 'roubado' daqui

Tocaram o que tinham que tocar, com intensidade das guitarras, a força irrequieta do violino, a cadência serena da bateria e a voz cava de Matt Berninger. O modo como se movimenta em palco é um autêntico case study, entre uma esquizofrenia esbatida e uma timidez contra-natura para quem enfrenta um público rendido. Com o início da batalha (Start a War abriu as hostilidades) que durou duas curtas horas, o público acompanhou refrões, saltou, abriu braços e gritou I’m getting nervous na na na na na mas o alinhamento não tinha espaço (ou vontade) para Friend of Mine. Ficam na memória as excelentes interpretações de Daughters of The SoHo Riots (ganha uma dimensão épica em espaços mais intimistas como este), The Geese of Beverly Road, About Today (momento único de respiração suspensa), Lucky You, Mr. November (I used to be carried in the arms of cheerleaders cantado a plenos pulmões) e Abel, final perfeito de um encore de quarto temas. Sem esquecer Fake Empire e Slow Show, cuja letra provocou olhares emocionados entre casais apaixonados. Foi uma noite fantástica. Mais de trinta graus, Lua cheia e os olhos mais bonitos do mundo a meu lado.

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

Site Meter