quarta-feira, 11 de junho de 2008

Ao assistir aos bloqueios dos camionistas junto dos principais acessos a Lisboa, questionei-me do porquê de camiões-cisterna serem escoltados pela GNR, desde Aveiras, para o abastecimento das bombas de gasolina da Capital. As televisões andam de coração dividido entre o menú de pequeno-almoço do Fernando Meira e as divagações filosóficas dos motoristas de pesados de mercadorias. São muitas as imagens, reportagens e directos, no Cartaxo, em Aveiras, Porto Alto, etc. Como cidadão compreendo perfeitamente a natureza legítima das reivindicações dos trabalhadores, mesmo que a sua luta provoque problemas do dia-a-dia dos restantes cidadãos, afinal de contas dependemos uns dos outros em cadeia. Mas o que me saltou à vista foi o tal combóio de camiões policiados, quer os que transportavam combustível, quer os camiões da Luís Simões (grupo Jerónimo Martins) prometidos à reposição de bens alimentares nas grandes superfícies de Lisboa. Então, para a gasolina e grandes grupos de distribuição alimentar existe protecção policial e para os outros apenas uma sombra debaixo da ponte das Lezírias, à espera do final da greve?
Todos sabemos que a gasolina se tornou um bem de primeira necessidade, enquanto matéria-prima transformada ela é bem o exemplo da sociedade da globalização e da importância que a economia tem nas vidas de todos nós, basta seguir as manifestações contra a subida dos combustíveis um pouco por todo o mundo. Em nome dessa importância, o medo instalou-se na sociedade portuguesa: hoje de manhã, no caminho entre São Domingos de Rana e Benfica testemunhei longas filas de carros à espera de pretensas gotas do tal líquido milagroso - a comunicação social e a eterna (ir)responsabilidade de (de)formar a opinião pública... Quem fica prejudicado não é o condutor diário, de carrinhas espaçosas com mala ampla, jantes especiais e motor potente, mas sim o dono de mercearia, o talhante e a florista.

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