quinta-feira, 21 de agosto de 2008

I stand next to me

Ele acalma-se com a presença das pessoas. Sente que preenche o vazio que rói por dentro. Isso ou a voz que espera religiosamente, duas vezes por dia. Nos intervalos, fala para o passado e reinventa o futuro em folhas brancas, imaculadas alguém disse. Os parques de estacionamento da cidade estão vazios e nos passeios não se vê o turbilhão de gente em movimento constante entre a casa e o trabalho. Há vento, demasiado para a altura do ano e alguns pingos de chuva dão um colorido diferente, inusitado, para os que julgam saber o que é o Estio. Auto-estrada fora, terceiro desvio depois da entrada, estádio à esquerda e hospital à direita. Coloca o carro sempre da mesma maneira e faz um caminho curto até à casa dos mortos. Hora de almoço com amigos, tempo para sentir o timbre de voz, o suficiente para o segundo turno entre o silêncio. Regresso a casa e às palavras que tem de escrever, porque sente uma necessidade vital de depositar a tinta o que lhe vai na alma. E a música, presença constante, um prolongamento da sua geometria física, na extensão das paredes. A tocar para ela.

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