sábado, 28 de junho de 2008

Why would I stop loving you
a hundred years from now?

It's Only Time, Magnetic Fields


Apaixonei-me por uma ilha, silenciosa e profunda.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Sigur Rós


No dia 11 de Novembro sei muito bem onde vou estar: no Campo Pequeno.

domingo, 22 de junho de 2008

Os pneus constipam

«Com um país essencialmente agrícola, no início do século XX, com as taxas de mortalidade e de natalidade elevadas e com a febre pneumática, Portugal tornou-se um país desconfortável para as classes sociais trabalhadoras

Mais uma pérola da classe social estudantil universitária. Há coisas fantásticas não há?

sábado, 21 de junho de 2008

Esta miudagem tem olho para o negócio

«É de salientar que os portugueses começam a casar cada vez mais tarde a fim de esperar por heranças
Frase retirada de um teste de avaliação sobre o envelhecimento da população portuguesa e a influência da imigração. São momentos destes que nos tiram da monotonia de dezenas de testes para avaliar. Mesmo assim a aluna desta frase não leva 20...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Aniversário II



Em seu trono entre o brilho das esferas,
Com seu manto de noite e solidão,
Tem aos pés o mar novo e as mortas eras -
O único imperador que tem, deveras,
O globo mundo em sua mão


A 13 de Junho de 1888 nascia Fernando Pessoa. Este poema de «Mensagem» fala-nos da grandeza solitária do Infante D. Henrique.

Aniversário I



«Era um dia frio e ensolarado de Abril, e os relógios batiam treze horas. Winston smith, com o queixo fincado no peito numa tentativa de fugir ao vento impiedoso, esgueirou-se rápido pelas portas de vidro da mansão Vitória; não porém com rapidez suficiente para evitar que o acompanhasse uma onda de pó áspero.
O vestíbulo cheirava a repolho cozido e a capacho de trapos. Na parede do fundo fora pregado um cartaz colorido, grande demais para exibição interna. Representava apenas uma cara enorme, de mais de um metro de largura: o rosto de um homem de uns quarenta e cinco anos, com espesso bigode preto e traços rústicos mas atraentes. Winston encaminhou-se para a escada. Era inútil experimentar o elevador. Raramente funcionava, mesmo no tempo das vacas gordas, e agora a electricidade era desligada durante o dia. Fazia parte da campanha da economia, preparatória da Semana do Ódio. A casa ficava no sétimo andar, e Winston, que tinha trinta e nove anos e uma variz ulcerada no tornozelo direito, subiu devagar, descansando várias vezes no caminho. Em cada patamar, diante da porta do elevador, o cartaz da cara enorme fitava-o da parede. Era uma dessas figuras cujos olhos seguem a gente por toda a parte. O GRANDE IRMÃO VELA POR TI, dizia a legenda.
»

A 13 de Junho de 1949 era publicado o romance de George Orwell, «1984». Esta citação é de uma edição portuguesa de 1955, da Editora Ulisseia, livro comprado num alfarrabista de LIsboa por 500$00.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O Toni sabe do que fala



Mais uma vitória com uma exibição agradável, menos portentosa que a anterior mas mesmo assim eficaz. O comentador de serviço, o grande Toni, teve uma expressão felicíssima: os checos jogam com dois autocarros à frente da baliza. Os nossos jogadores, autênticos agentes da GNR ou do Corpo de Intervenção, conseguiram furar aquele arreliador piquete de greve que não deixava ninguém chegar à baliza do Cech. Em noventa minutos consegue-se fazer mais do que em meses de negociações à mesa de ministérios!
Ao assistir aos bloqueios dos camionistas junto dos principais acessos a Lisboa, questionei-me do porquê de camiões-cisterna serem escoltados pela GNR, desde Aveiras, para o abastecimento das bombas de gasolina da Capital. As televisões andam de coração dividido entre o menú de pequeno-almoço do Fernando Meira e as divagações filosóficas dos motoristas de pesados de mercadorias. São muitas as imagens, reportagens e directos, no Cartaxo, em Aveiras, Porto Alto, etc. Como cidadão compreendo perfeitamente a natureza legítima das reivindicações dos trabalhadores, mesmo que a sua luta provoque problemas do dia-a-dia dos restantes cidadãos, afinal de contas dependemos uns dos outros em cadeia. Mas o que me saltou à vista foi o tal combóio de camiões policiados, quer os que transportavam combustível, quer os camiões da Luís Simões (grupo Jerónimo Martins) prometidos à reposição de bens alimentares nas grandes superfícies de Lisboa. Então, para a gasolina e grandes grupos de distribuição alimentar existe protecção policial e para os outros apenas uma sombra debaixo da ponte das Lezírias, à espera do final da greve?
Todos sabemos que a gasolina se tornou um bem de primeira necessidade, enquanto matéria-prima transformada ela é bem o exemplo da sociedade da globalização e da importância que a economia tem nas vidas de todos nós, basta seguir as manifestações contra a subida dos combustíveis um pouco por todo o mundo. Em nome dessa importância, o medo instalou-se na sociedade portuguesa: hoje de manhã, no caminho entre São Domingos de Rana e Benfica testemunhei longas filas de carros à espera de pretensas gotas do tal líquido milagroso - a comunicação social e a eterna (ir)responsabilidade de (de)formar a opinião pública... Quem fica prejudicado não é o condutor diário, de carrinhas espaçosas com mala ampla, jantes especiais e motor potente, mas sim o dono de mercearia, o talhante e a florista.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O Império do Silêncio


automat, Edward Hopper, 1927

sábado, 7 de junho de 2008

De Genebra com amor



Confesso que não estava à espera de tamanha exibição da equipa das quinas: personalizada, cheia de classe e disciplinada em campo. De todos, e não sem uma ponta de orgulho, destacou-se o pequeno grande leão João Moutinho. Estamos bem lançados. Só mesmo a selecção portuguesa para nos fazer esquecer a Idade Média em que vivemos...

O Mundo como uma laranja



A 7 de Junho de 1494, Portugal e Castela assinavam em Tordesilhas um tratado que dividia o mundo conhecido em duas metades: a linha imaginária, traçada 370 léguas a partir do arquipélago de Cabo Verde para Ocidente, colocava nas mãos dos reis ibéricos o domínio dos mares, sob o beneplácito do Papado de Roma. Da linha para Ocidente ficaria o domínio castelhano, das terras conhecidas e por descobrir; a Portugal caberia a influência exclusiva na metade a Oriente, numa zona percorrida desde 1415 com a conquista de Ceuta. Faltava pouco para alcançar a tão desejada passagem marítima para o Oriente das especiarias, contrariando a teoria fixada por Ptolomeu.

Este foi um período de supremacia portuguesa no domínio marítimo e sua exploração atlântica, ao longo da costa ocidental africana. 514 anos depois Portugal volta a afrontar o inimigo muçulmano, nas desta vez somos mais fortes e o domínio (pelo menos uma parte dele) está do nosso lado. Talvez seja um bom prenúncio.
(The) Damage (is done)
Yo La Tengo

sexta-feira, 6 de junho de 2008

«A salvação não pode entrar sem se perdoar o pecado, e o pecado não se pode perdoar sem se restituir o roubado: Non dimittitur peccatum, nisi restituatur ablatum.»
Padre António Vieira, Sermão do Bom Ladrão

É d'Homem!



Uma professora do 1º ciclo foi afastada da escola onde leccionava, em Porto de Mós, por amordaçar os alunos que não se mantinham calados. O que é extraordinário nesta notícia? O facto da professora pagar do seu bolso os instrumentos de prevenção. Onde está o Estado nos momentos em que os cidadãos, no cumprimento do dever profissional, precisam de ajudas de custo? Lá diz o povo que mais vale prevenir que remediar. Ora, a professora levou à letra o adágio popular. O ministério da educação devia fornecer kits de lenços, de boa textura, num algodão forte feito na China e em cores variadas para não aborrecer as bocas infantis. Desta forma as aulas correriam muito melhor, num clima de paz e silêncio. A dita professora, agente educativo preocupado com o estado do ensino em Portugal que resolveu aplicar uma medida que deveria ter sido implementada pelo ministério, foi assim afastada das suas funções. Talvez a Federação Portuguesa de Futebol pudesse aproveitar a sua acutilância e contratá-la para tapar a boca dos jogadores, especialmente a do Armando Teixeira.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Na floresta algo de novo

Foi encontrada uma tribo indígena até agora desconhecida, durante um voo da FUNAI na região do Acre, fronteira amazónica entre o Peru e o Brasil. À passagem da aeronave, os indígenas lançaram setas como forma de defesa contra aquela 'invasão'. A notícia é da National Geographic. A preocupação é a de preservar ao máximo a localização desta tribo, que surge nas fotografias aéreas pintada de vermelho, em sinal de agressividade.
Ontem no jornal da Sic via-se Luís Filipe Vieira a jantar num restaurante da Costa da Caparica, ao mesmo tempo que assistia à entrevista de Pinto da Costa sobre a exlusão do FC Porto da Liga dos Campeões. Fez-me lembrar aquelas séries de humor, ou de desenhos animados para crianças em que aparece um Rei ladeado de dois súbditos, dispostos a cumprir os caprichos do amo. Tipo Jorge Máximo + D. Corleone Vieira + Barbas...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Ceuta 1415/Neuchatel 2008



Portugal conseguiu juntar 15 000 em Neuchatel para a recepção aos Viriatos? Em 1415 e com muito menos gente os Infantes foram recebidos em Ceuta para a conquista daquela praça marroquina. Foi uma pena nenhum deles ter à mão a História de Portugal, precisamente no capítulo da Expansão Ultramarina. Até há um lago nas redondezas do Tarrafal de luxo onde pernoita a Selecção...

domingo, 1 de junho de 2008

«A lâmpada eléctrica acesa, o apartamento silencioso, a obscuridade lá fora, os últimos instantes das vela, dão-me o direito de escrever mesmo as coisas mais miseráveis. E este direito, uso-o afanosamente. Eis portanto aquilo que sou.»
Kafka, Diário, 25 de Dezembro de 1910

Há dias Ferreira com Leite

O Clã Dias Ferreira (Leite) está em grande. Já não bastava que o Pitbull Terrier do Sporting atacasse semanalmente os caniches do Porto e Benfica, agora a sua respeitosa irmã (e avó de neto) foi convocada para morder os calcanhares do beirão com nome de filósofo. Não seria melhor trocar de posição? O arauto verde e branco podia perfeitamente oferecer outra acutilância no debate político, até porque os seus comparsas de programa desportivo são demasiado mansos e barrigudos. Assim a sua irmã daria uma elegância inovadora a um mundo de homens que dão palmadinhas no rabo uns dos outros e infligem chibatadas com toalhas molhadas e torcidas sempre que terminam os jogos. Vamos dar o benefício da dúvida e fazer de conta que estamos na primeira parte de um jogo. Quando chegar o intervalo pensamos nas substituições. Julgo ser possível fazer alterações, até porque o Santana Lopes está farto de pedir descontos de tempo mas ninguém o quer dentro do relvado. Não me digam que vai apresentar a Liga dos Últimos!
Site Meter